sexta-feira, 15 de agosto de 2008

FORGOTTEN ROADS

FORGOTTEN ROADS




*2007


Durante a apresentação da banda, no concerto do Art’ Camacha 2008, o João Paulo (baixista e vocalista) responde ao apresentador de serviço (Evandro), entre as várias perguntas sobre os Forgotten Roads: “o que interessa é a música”. Eis, de facto, explicado da forma mais sintética e objectiva, o que deveria ser o cerne da vida de um músico! Eles estavam ali pela música e fizeram jus às suas palavras: foi um concerto de estreia memorável! Juntaram-se em 2007 criando temas rock, com características que vão desde o rock americano - (uma certa áurea herdada do Jim Morrison), com fortes influências do Blues negro, parecendo invocar ícones míticos como o Robert Johnson, o Lonnie Johnson, ou o Son House -, até ao psicadelismo britânico de finais dos anos 60, criando algumas ambiências atmosféricas, ainda que subtis, que remetem para os Pink Floyd de “A Saucerful of Secrets” (não terá sido à toa que fizeram uma versão, muito fiel, de “Set the Controls For The Heart of The Sun”, lamentavelmente excluída do alinhamento da sua estreia em palco).

Convergindo pólos musicais tão longínquos quanto dispares, dos dois lados do Atlântico, estas “estradas esquecidas” tanto percorrem os desertos poeirentos americanos, como circulam entre a pop psicadélica londrina. A voz forte e grave, que em alguns momentos não se coíbe de alcançar níveis mais agudos, em falsete, os baixos minimalistas e pulsantes, em perfeita união com a bateria forte e pujante, e as guitarras, ora ásperas e dominantes, ora ténues e penetrantes, em gesto de adorno, formam um uno indivisível, coeso, melódico e harmonioso, sem que nenhum instrumento se destaque ou se dê a protagonismos. Esta banda poderia ter aparecido na década de 60, como agora, nos Estados Unidos, como em Inglaterra, ou … na Camacha, que soa sempre a algo intemporal e universal! Bem hajam!









Forgotten Roads no Art'Camacha 2008



*2008



Um ano após a sua formação, os Forgotten Roads convidaram um novo guitarrista a integrar o colectivo. Em 2008, meses depois da sua estreia no Art’Camacha desse ano (ainda com o grupo reduzido a três), o Higino veio assegurar a função de 2º guitarrista, conferindo uma sonoridade mais compacta e preenchida à banda, onde, por vezes, as guitarras se sustentam mutuamente, ora com texturas rítmicas a servir de base a solos mais ou menos contidos e melódicos, ora em harmonias dialogantes, sempre com o blues a ombrear com o rock predominante. Uma redefinição na configuração da banda que se veio a revelar muito importante na renovação e reinvenção do seu som. Venham os concertos.



*Art'Camacha 2009

Os Forgotten Roads voltaram a marcar presença no Art’Camacha 2009, com a banda cada vez mais virada para o “psicadelismo floydiano” de finais de 60 – tendo, inclusive, prestado homenagem aos Pink Floyd, fazendo uma cover de “Set the controls for the heart of the Sun” -, criando ambiências soturnas e sombrias, porém psicadélicas, de linhas melódicas alucinogénias, que funcionam como que uma continuidade expansiva da mente, do sonho. O psicadelismo teve o seu apogeu em finais dos anos 60, mas foi resgatado agora pelos Forgotten Roads, numa excelente actuação em que renovam um género que parecia datado, recuperando-o e dando-lhe um lugar na actualidade. Para este concerto vieram munidos de instrumentos rítmicos criados pelo próprio baterista, o que lhes garante uma construção musical invulgar no seio do rock actual. A provar que por estas estradas ainda se circula, que não estão esquecidas! Bem hajam!



"Set the controls for the heart of the sun"






*ART' CAMACHA 2010


Devido à ausência do baterista no Art’Camacha 2010, os Forgotten Roads reinventaram-se para este concerto, apresentando-se num formato acústico, onde uma pop melódica deu lugar à aridez blues e rock, ou às experimentações psicadélicas, com que nos tinham habituado até hoje. As excepções foram para os temas em que o Higino tocou sintetizador, tecendo harmonias electrónicas vintage, em género de adorno aos diálogos das guitarras acústicas, ou em que o João Paulo se sentou na bateria, de postura subtilmente irónica, e tocou e cantou, de forma menos arty do que o habitual. Foi uma formação totalmente temporária, uma alternativa à ausência do Danny, mas muito bem sucedida e eficaz, traduzida num concerto extraordinário!












João Paulo - Voz, baixo e sintetizador
David Atouguia (Perfect Sin) - Guitarra
Higino - Guitarra
Danny - Bateria



* CONCERTO NA FNAC:







*Festival "MOON". Cover de "Eden" (CRF):


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